O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso autóctone de cólera no Brasil após mais de 18 anos, em um homem residente de Salvador, na Bahia. Isso significa que o paciente contraiu a doença na zona de sua residência, sem ter saído do estado em que vive para países com ocorrência de casos confirmados.
Após os exames laboratoriais, destacou-se que a bactéria Vibrio cholerae O1 Ogawa causou a doença. Em nota, a pasta informou ainda que o paciente de 60 anos apresentou desconforto abdominal e diarreia aquosa, em março de 2024, e duas semanas antes usou antibiótico para tratar outra patologia.
O período de transmissão da doença é de um a 10 dias após a infecção, mas o Ministério da Saúde do Brasil padroniza período de até 20 dias para investigações epidemiológicas, por margem de segurança. Dessa forma, segundo a pasta, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.
Últimos casos
No Brasil, os últimos casos autóctones de cólera ocorreram em Pernambuco, entre os anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente. A partir de 2006, não houve casos de mesmo tipo, apenas importados: um de Angola, notificado no Distrito Federal (2006); um proveniente da República Dominicana, em São Paulo (2011); um de Moçambique, no Rio Grande do Sul (2016); e um da Índia, no Rio Grande do Norte (2018).
A doença
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou ingestão de água e alimentos contaminados. Aproximadamente 75% das pessoas infeccionadas permanecem assintomáticas e, entre aquelas que desenvolvem a enfermidade, a maioria apresenta sintomas leves ou moderados, e apenas de 10% a 20% desenvolvem a forma severa, que, se não for tratada prontamente, pode levar a graves complicações e ao óbito.
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