Na última quarta-feira (29), a Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por causa do colapso eminente de uma mina de petroquímica da Braskem , empresa responsável pela mineração. A mina que fica na Lagoa Mundaú, bairro do Mutange, está prevista para colapsar a qualquer momento durante esta sexta-feira (01).

O colapso deve causar um desabamento na área, ocasionando grandes crateras na região. De acordo com informações do governo do estado, houveram cinco abalos sísmicos no local, durante todo o mês de novembro. Na quinta-feira (30), a Defesa Civil municipal anunciou que a área está totalmente desocupada, mas que as pessoas e embarcações, evitem transitar pelo local.

Ainda de cordo com a Defesa Civil de Alagoas, o colapso no local pode desencadear um efeito cascata em outras minas. “Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”, disse o coordenador-geral do órgão, coronel Moisés Melo.

O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) informou, por meio das redes sociais, que equipes da Defesa Civil Nacional e do Sistema Geológico Brasileiro estão no estado para acompanhar a situação. Ele assinou um pedido de audiência com o Presidente da República para tratar sobre o assunto.

“As atividades de preenchimento de poços já haviam sido paralisadas, e a área foi isolada preventivamente na tarde de terça-feira (28), em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Nas últimas horas, a situação vem se intensificando, e estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para minimização de impacto de possíveis ocorrências. A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com as autoridades competentes”, disse a Braskem por meio de nota.

Minas da Braskem

As minas de sal-gema começaram a ser realizadas em 1970, com a empresa Salgema Indústrias Químicas S/A, que posteriormente passou a se chamar Braskem. O material colhido nas minas é utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.

Em 2018, no bairro Pinheiro, na capital alagoana, além dos tremores surgiram rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras que se abriram sem aparente motivo. Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), confirmou a instabilidade do solo causada pela mineração. No mesmo ano, milhares de imóveis precisaram ser desocupados do local.