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Polinter desenvolve ações para combater roubo de veículo no Piauí

Somente no ano de 2017, 2.451 veículos roubados ou furtados foram recuperados dentro da atuação integrada das forças de segurança, que compõem a Polícia Civil, Polícia Militar e PRF.

A Delegacia de Polícia Interestadual (POLINTER-PI), da Polícia Judiciária Civil, indiciou 484 pessoas envolvidas na subtração, receptação, falsificação, uso de documento falso e adulteração de automóveis, motocicletas, caminhonetes e caminhões, no ano de 2017.

As investigações comandadas por três delegados, junto à equipe de investigadores e escrivães, resultaram em 29 operações que levaram à prisão de 40 criminosos, durante o cumprimento de 40 mandados de prisão e autuação em flagrante de 39 pessoas praticando delitos relacionados a veículos.

A delegacia também recebeu da Central Única de Flagrantes de Teresina, 351 autos de prisão em flagrante, oriundos, a maioria, de prisões da Polícia Militar. Os procedimentos com réu preso são relatados em dez dias e em muitos dos inquéritos há desdobramentos da investigação para identificação e prisão de outros integrantes do crime praticado.

De acordo com o delegado titular da Polinter, Alfredo Cadena Júnior, o planejamento operacional da unidade para o ano de 2018 já foi elaborado, visando intensificar todas as modalidades criminosas que agem no roubo e furtos de veículos, e também aquelas que estão assaltando residências e levando veículos na fuga e transporte de objetos. “Ainda para 2018 programamos diversos cursos para os policiais civis da Polinter, como capacitação em noções básicas de inteligência, de tiro, de abordagem e de legislação de desmontagem”, anunciou o delegado.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Cadena JúniorDelegado Cadena Júnior

Para o enfrentamento aos grupos criminosos, os policiais da especializada trocaram suas armas por novas pistolas PT 100, acauteladas para uso pessoal, e duas novas viaturas modelos SUV. A unidade também será reforçada com novos investigadores.

Atuam na Polinter os delegados Alfredo Cadena Júnior (titular) e os adjuntos Luciano Alcântara Paz Carvalho do Nascimento e Antônio Jorge Ferreira.

Recuperados

Somente no ano de 2017, 2.451 veículos roubados ou furtados foram recuperados dentro da atuação integrada das forças de segurança, que compõem a Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, apoiados em denúncias da população e informações de inteligência, configurando assim num índice de recuperação em torno de 80% do veículos roubados/furtados.

Cadena Júnior ressalta que o número de veículos recuperados subiu em relação o mesmo período de 2016. “Um dos fatores que contribuiu para o aumento da recuperação de veículos, produtos de crime, foi a capacitação dos policiais civis e militares, na área de identificação veicular”, afirmou.

  • Foto: Divulgação/AscomEquipes da Força de Segurança Pública do PiauíEquipes da Força de Segurança Pública do Piauí

Quando necessita de reforço, a especializada, em suas operações, conta com apoio de outras unidades da Polícia Civil, como o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), Gerência de Polícia Especializada (GPE), Diretoria de Inteligência e da Delegacia Regional de Timon-MA.

Ainda em 2017, a Delegacia de Polícia Interestadual deflagrou 29 operações para desbaratar quadrilhas que agem em três modalidades criminosas (troca por drogas, clonagem e o desmanche), com o objetivo de lucrar com o roubo e furto de veículos.

Em relação ao ano de 2016, houve uma redução de 13% de veículos roubado/furtados na capital, mesmo com o aumento da criminalidade no Brasil, onde, extraindo como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, houve um acréscimo de 30% no mesmo período, “evidenciando os esforços das polícias piauienses, especialmente da Polinter, para que os números fossem positivos para a sociedade piauiense, aumentando assim a sensação de segurança em nossa capital”, ressaltou Cadena Júnior.

Segundo o titular, não são todos os modelos de veículos que atravessam a fronteira com o vizinho Estado do Maranhão. As preferências são por veículos resistentes, como as caminhonetes Hilux e Strada. Essas são levadas para a fronteira e chegam ao Maranhão pelas pontes que ligam as cidades de Teresina-PI e Timon-MA, onde são vendidas por preços abaixo do mercado.

Uma parte dos veículos subtraídos também segue para o interior do Piauí, onde as motocicletas são os principais alvos, para serem utilizadas para roubos e o narcotráfico nas grandes e médias cidades piauienses. Conforme a Polinter, esse tipo de associação criminosa, que leva o veículo para o interior, é bastante estruturada.

“Essa é uma modalidade que buscamos combater os líderes. Sabemos que em cerca de 20 minutos o veículo cruza nossas pontes com destino à Timon-MA. É muito rápido. Neste caso, contamos com apoio da PRF, e do 11º BPM/MA, no objetivo de apreender o quanto antes esse veículo”, afirmou Cadena Júnior.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Cadena JúniorDelegado Cadena Júnior

Uma vez roubado, o veículo passa para as mãos do transportador e na ponta está o receptador, como explica o delegado. “Existe um pagamento de 3 a 9 mil reais para o transporte, dependendo do tipo de veículo”, ponderou.

O roubo de veículos também envolve outro esquema altamente lucrativo, o da clonagem de automóveis. Veículos de fácil comercialização no mercado são tomados de assaltos, adulterados os sinais identificadores como placas e chassis. Depois são “esquentados”, na linguagem criminosa, usada para voltar ao mercado um carro com a documentação falsificada.

“Eles pegam a placa de um carro idêntico, adultera a numeração dos chassis e todos os sinais, depois esquentam esse veículo falsificando a documentação e vende. Um Corolla que custa 90 mil é vendido por 30, 40 mil. Esse é o carro dublê ou clone”, explica Cadena.

Para combater fraudes documentais, inserção de dados falsos e corrupção de servidores públicos, a Delegacia de Polícia Interestadual e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PI), intensificaram as ações para coibir as práticas criminosas, levando à prisão despachantes, servidores e falsos servidores do Detran.

Na terceira modalidade, estão às quadrilhas dos desmanches de veículos que abastecem o comércio ilegal de peças usadas. Nessa atividade aparece a figura da pessoa que encomenda roubos, muitos deles, de veículos antigos, fora de linha de fabricação, para colocar no mercado clandestino peças que não acham mais. “Neste caso, a Polinter realizou operações para combater o crime de receptação de peças, crime que alimenta esta modalidade criminosa”, ressaltou Cadena Júnior.

Perfil

“Nossa Delegacia possui investigadores de polícia com bastante experiência na identificação de veículos e agregados, motores e câmbios, produtos de crimes. O Setor de Fiscalização e Vistoria tem trabalhado muito para identificar receptadores, os quais fomentam os crimes de furtos e roubos de veículos”, completou o delegado adjunto Antônio Jorge Ferreira.

De acordo com o delegado, Luciano Alcântara, o roubos de veículos é um dos crimes que mais causa indignação, clamor social e são praticados, em sua maioria, por jovens de 20 a 25 anos, com reiteração em crimes.

“Parece uma escalada, começa com crimes menos graves e vão escalando até chegar ao roubo com emprego de arma de fogo e concurso de agente. Esse é um dos crimes mais graves que temos e que causa clamor social. Quando chega nesse estágio, passa a ser um profissional do crime, que vive disso. Pratica por semana, às vezes, 2 a 3 assaltos. A prisão é a única maneira de cessar essa continuidade delitiva”, afirma o delegado.

Atendimento à vítima

A rápida comunicação do roubo do veículo pela vítima pode fazer diferença na recuperação. A orientação é ligar imediatamente nos telefones de emergência, 190 do COPOM, para seja dado o primeiro alerta. Depois, a vítima deve procurar uma delegacia de polícia para o registro do boletim e garantir a inserção dos dados do veículo no sistema nacional de cadastro de roubos e furtos.

Na Delegacia de Polícia Interestadual, o atendimento é ainda mais aprimorado. Lá a vítima é atendida por policiais capacitados para apuração de roubos de veículos, que procuram coletar o máximo possível de informações que irão subsidiar as investigações. A vítima é ouvida no sentido de reproduzir a ação e lembrar detalhes que poderão ser cruciais para identificação dos autores, como tatuagens, se usava tornozeleira, compleições físicas e outros elementos.

“Com esse atendimento já processamos mais rápido as informações. O roubo causa um trauma muito grande e o quanto mais rápido a pessoa comunica, maior é a chance de ela lembrar detalhes”, orienta o delegado.

Quando o veículo é recuperado, as informações são retiradas do sistema de cadastrado. O carro é periciado antes de ser devolvido ao proprietário. “Pode ser que nesse período, tenha sido adulterado o chassi ou algum outro sinal identificado”, esclarece Cadena Júnior.

Orientações

Para evitar roubos e furtos de veículos, o Delegado Cadena Júnior dá dicas simples como medidas de prevenção. Entre elas estão:

  1. Usar o bom senso ao estacionar, evitar lugares ermos e de pouca iluminação;
  2. Não deixar objetos dentro do veículo que podem ser confundidos com itens de valor;
  3. Não cole adesivos que exponham informações pessoais;
  4. Certificar que o carro foi trancado;
  5. Não deixar chave com lavadores ou vigias;
  6. Mantenha-se distante do carro da frente em semáforos, principalmente à noite;

Por último, a principal dica: fique atento ao seu redor, com movimentação de carros, motocicletas ou pessoas estranhas a sua vizinhança, antes de entrar e sair de sua garagem.

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