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Política

PF investiga compra de votos na apreensão dos R$ 180 mil com o motorista de Wellington Dias

"É estranho o sujeito transportar 180.000 mil reais que ninguém sabe de onde veio e nem para onde ia", disse ao site da revista VEJA, o procurador regional eleitoral, Kelston Pinheiro Lages.

O Site da Revista Veja divulgou, neste sábado (13), que o procurador regional eleitoral, Kelston Pinheiro Lages, pediu a Polícia Federal que investigue a origem dos R$ 180 mil, em notas de 100, encontrados com motorista e primo do senador Wellington Dias, candidato ao Governo do Estado.
 
Segundo a reportagem: "O Ministério Público suspeita que a quantia fosse usada para compra de votos no interior do Estado. Além do crime eleitoral, os investigadores também apuram lavagem de dinheiro e uso de documento falso".
Imagem: Assis Fernandes/ODIAProcurador Kelston Lages(Imagem:Assis Fernandes/ODIA)Procurador Kelston Lages

Confira a reprodução da reportagem do site de VEJA, na íntegra:


A Polícia Federal (PF) assumiu a investigação da apreensão de 180.000 reais em dinheiro vivo encontrados com um assessor parlamentar do senador Wellington Dias (PT), candidato favorito ao governo do Piauí. O Ministério Público suspeita que a quantia fosse usada para compra de votos no interior do Estado. Além do crime eleitoral, os investigadores também apuram lavagem de dinheiro e uso de documento falso. Dias nega envolvimento no caso.

Os 180.000 reais foram encontrados nesta quinta-feira pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma blitz na BR-242 em Barreiras (BA). Os malotes com notas de 100 reais estavam escondidos sob o banco traseiro de um carro Palio prata. O dinheiro foi apreendido cautelarmente para encaminhamento à Justiça Federal, depois de os policiais registrarem a ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Barreiras. "Em princípio foi para a Polícia Civil, mas como eventualmente tem repercussão na eleição aqui do Estado e na esfera federal, porque é uso de documento falso, provável lavagem de dinheiro e tentativa de compra de voto, estamos transferindo aquela investigação para correr no âmbito da Polícia Federal", disse ao site de VEJA o procurador regional eleitoral Kelston Pinheiro Lages.

Assessor parlamentar do petista, José Martinho Ferreira de Araújo disse ser o dono do dinheiro, mas não explicou a origem. Martinho é motorista do gabinete de Dias no Senado, em Brasília (DF). Ele ocupa o cargo comissionado desde 2011 e recebe 3.531,23 reais de salário bruto, mais 1.448,82 de auxílio. “Ele não comprovou o lastro desse dinheiro. Perguntei a ele como esse dinheiro chegou a ele, mas ele também não soube explicar”, disse à TV Bahia o delegado Francisco de Sá. Martinho se negou a depor oficialmente. De maneira informal, relatou na delegacia que usaria o dinheiro para comprar uma fazenda no interior do Piauí. Ele foi liberado. O motorista do carro, Paulo Fernando Sousa, ficou preso por ter apresentado à PRF uma carteira de habilitação falsificada. Ambos iam com o pai de Martinho de Brasília a São Miguel do Fidalgo (PI).
Imagem: Moreira Mariz/Agência Senado/VEJAWellington Dias concorre ao governo do Estado pelo PT (Imagem:Moreira Mariz/Agência Senado/VEJA)Wellington Dias concorre ao governo do Estado pelo PT 
Integrantes da campanha de Dias foram acompanhar os desdobramentos da detenção na Bahia para minimizar danos. O petista lidera a campanha eleitoral com 49% das intenções de voto, ante 22% do atual governador Zé Filho (PMDB) e 7% de Mão Santa (PSC).

A Procuradoria Regional Eleitoral no Piauí passou a acompanhar as investigações, a cargo da PF na Bahia. Os procuradores eleitorais solicitaram à PF a imediata oitiva dos detidos. Não havia material de campanha do carro, segundo investigadores. “É estranho o sujeito transportar 180.000 reais que ninguém sabe de onde veio e nem para onde ia”, disse o procurador regional eleitoral. “O cidadão só quer falar em juízo. É um direito dele, mas não é razoável não querer declinar quais as razões desse dinheiro escondido debaixo do banco. Quem está fazendo coisa correta fala, se não quer falar é porque está fazendo coisa errada.”

Caso haja indícios de vínculos eleitorais, o caso pode ser anexado a um procedimento civil em curso na Procuradoria Regional Eleitoral do Piauí para investigar indícios de que assessores do gabinete de Wellington Dias use trabalhem de forma irregular em sua campanha eleitoral - o que ele também nega. A investigação teve início após denúncia do candidato do PSC.

TV - A apreensão dos 180.000 reais na detenção do motorista de Dias foram explorados no horário eleitoral na TV no Piauí na noite desta sexta-feira. A campanha do governador Zé Filho (PMDB) apresentou o caso nas manchetes dos jornais locais e disse que há suspeita de “compra de votos”. O petista rebateu dizendo que os adversários estão “desesperados” e usam de “baixaria e denuncismo”. Ele também divulgou nota pública negando ser dono do veículo ou da quantia apreendida. Segundo Dias, seu motorista está de férias e fazia uma “viagem pessoal”. Ele afirmou que cabe “unicamente aos envolvidos o esclarecimento dos fatos”. 
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