O Conselho Tutelar de Teresina informou, nesta quinta-feira (28), que outras duas crianças denunciaram que participam dos mesmos rituais de purificação pelos quais passou Francisca Alice, a menina de 10 anos que foi internada no Hospital de Urgência de Teresina com quadro de intoxicação. Ela veio a óbito na manhã de hoje depois de sofrer uma parada cardíaca e falência múltipla dos órgãos.
De acordo com a conselheira Socorro Arraes, após a repercussão do caso na imprensa local, um casal de irmãos, de 8 e 10 anos, que frequentam a mesma escola da menina que faleceu, avisaram a diretora que possuíam as mesmas cicatrizes pelo corpo. “Chegaram na escola e foram direto à diretora dizendo que queriam mostrar o corpo. Como eles tinham aparecido na escola também com a cabeça raspada, a diretora acionou o conselho”, disse.
Representantes do Conselho Tutelar foram até a unidade de ensino e conversaram com as crianças, que disseram que um terceiro irmão e outro colega também participam dos rituais. “Nós fomos até a escola, eu e o conselheiro Francisco Leite, lá nós fizemos a oitiva com essas duas crianças e eles nos relataram o procedimento que era feito, no caso do ritual de purificação, que é como eles chamam. Em relato também eles disseram que além deles tinha mais um irmão, que não é da mesma escola, e um coleguinha de uma outra escola que também era usado [nos rituais]”, contou.
Socorro Arraes informou que nas cerimônias são feitos cortes em formato de cruz nos braços e pequenos ferimentos acima do peito. Ela disse também que o caso configura infração ao artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Isso se configura no artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente, maus tratos, violência física e configura a tortura porque o adulto é uma coisa, ele pode querer ou não [participar], mas a criança indefesa é levada pela família ao local (...). Eles dizem que choram, que dói”, declarou.
De acordo com a conselheira, a família das crianças que supostamente também participam dos rituais serão procuradas pelo Conselho Tutelar na próxima segunda-feira. “Eles são levados pela família e nós ainda não localizamos o endereço dessas famílias, mas o colégio vai nos fornecer esse endereço. Hoje não houve aula devido ela [Francisca Alice] estudar na escola, nós vamos notificar os pais, que eles devem também ser inseridos no inquérito policial”, informou ela citando o procedimento que investiga a morte da menina.
Conselho vai acionar a Justiça
A conselheira também lamentou o atraso na conclusão do exame toxicológico de Francisca Alice, feito no dia 18 e que hoje, 10 dias depois continua sem resultado. “Hoje eu liguei para o laboratório e a resposta que eu ouvi da atendente é que o laudo ainda não tinha sido digitado e a perita só ia digitar a tarde quando ela chegasse”, criticou.
Socorro afirmou que o Conselho necessita do laudo para acionar a Justiça a tomar providências necessárias sobre o caso. “Está se tratando de uma urgência porque nós temos que dar um posicionamento tanto para a sociedade como para levar nossos encaminhamentos para o Ministério Público e para a vara da infância”, disse.
De acordo com a conselheira, a polícia precisa se aprofundar no caso para chegar a um culpado pelos maus tratos sofridos pela criança. Ela afirmou que há contradições nos depoimentos da mãe de Francisca Alice, e que isso deve ser investigado. “No primeiro momento, em depoimento, ela disse que adquiriu em uma cidade vizinha, depois na própria imprensa foi divulgado que ela disse que foi um vizinho quem deu pra ela ministrar na filha, na visita que ela teve ao Conselho Tutelar, na presença minha e do conselheiro Djan, falou que era um lambedor que foi fabricado em casa com folhas e açúcar”, explicou.
Por fim, Socorro ainda pediu que os pais fiquem atentos com o tipo de substância que dão aos filhos. “Agora é lamentar por uma vida e pedir para as pessoas que fiquem vigilantes, a gente não pode estar dando para os nossos filhos qualquer xarope caseiro”, finalizou.
De acordo com a conselheira Socorro Arraes, após a repercussão do caso na imprensa local, um casal de irmãos, de 8 e 10 anos, que frequentam a mesma escola da menina que faleceu, avisaram a diretora que possuíam as mesmas cicatrizes pelo corpo. “Chegaram na escola e foram direto à diretora dizendo que queriam mostrar o corpo. Como eles tinham aparecido na escola também com a cabeça raspada, a diretora acionou o conselho”, disse.
Representantes do Conselho Tutelar foram até a unidade de ensino e conversaram com as crianças, que disseram que um terceiro irmão e outro colega também participam dos rituais. “Nós fomos até a escola, eu e o conselheiro Francisco Leite, lá nós fizemos a oitiva com essas duas crianças e eles nos relataram o procedimento que era feito, no caso do ritual de purificação, que é como eles chamam. Em relato também eles disseram que além deles tinha mais um irmão, que não é da mesma escola, e um coleguinha de uma outra escola que também era usado [nos rituais]”, contou.
Imagem: Facebook/Socorro ArraesConselheira Socorro Arraes
Socorro Arraes informou que nas cerimônias são feitos cortes em formato de cruz nos braços e pequenos ferimentos acima do peito. Ela disse também que o caso configura infração ao artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Isso se configura no artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente, maus tratos, violência física e configura a tortura porque o adulto é uma coisa, ele pode querer ou não [participar], mas a criança indefesa é levada pela família ao local (...). Eles dizem que choram, que dói”, declarou.
De acordo com a conselheira, a família das crianças que supostamente também participam dos rituais serão procuradas pelo Conselho Tutelar na próxima segunda-feira. “Eles são levados pela família e nós ainda não localizamos o endereço dessas famílias, mas o colégio vai nos fornecer esse endereço. Hoje não houve aula devido ela [Francisca Alice] estudar na escola, nós vamos notificar os pais, que eles devem também ser inseridos no inquérito policial”, informou ela citando o procedimento que investiga a morte da menina.
Conselho vai acionar a Justiça
A conselheira também lamentou o atraso na conclusão do exame toxicológico de Francisca Alice, feito no dia 18 e que hoje, 10 dias depois continua sem resultado. “Hoje eu liguei para o laboratório e a resposta que eu ouvi da atendente é que o laudo ainda não tinha sido digitado e a perita só ia digitar a tarde quando ela chegasse”, criticou.
Socorro afirmou que o Conselho necessita do laudo para acionar a Justiça a tomar providências necessárias sobre o caso. “Está se tratando de uma urgência porque nós temos que dar um posicionamento tanto para a sociedade como para levar nossos encaminhamentos para o Ministério Público e para a vara da infância”, disse.
De acordo com a conselheira, a polícia precisa se aprofundar no caso para chegar a um culpado pelos maus tratos sofridos pela criança. Ela afirmou que há contradições nos depoimentos da mãe de Francisca Alice, e que isso deve ser investigado. “No primeiro momento, em depoimento, ela disse que adquiriu em uma cidade vizinha, depois na própria imprensa foi divulgado que ela disse que foi um vizinho quem deu pra ela ministrar na filha, na visita que ela teve ao Conselho Tutelar, na presença minha e do conselheiro Djan, falou que era um lambedor que foi fabricado em casa com folhas e açúcar”, explicou.
Por fim, Socorro ainda pediu que os pais fiquem atentos com o tipo de substância que dão aos filhos. “Agora é lamentar por uma vida e pedir para as pessoas que fiquem vigilantes, a gente não pode estar dando para os nossos filhos qualquer xarope caseiro”, finalizou.
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